A
REDENÇÃO DA GORDURA
Desde os anos 50 estuda-se a função dos nutrientes no nosso organismo,
com isso, mitos sobre as gorduras começaram a surgir, principalmente
relacionados aos diferentes efeitos da gordura saturada e insaturada. Para se
ter uma alimentação saudável a gordura saturada deveria ser eliminada da dieta,
enquanto a insaturada deveria ser incluída em uma quantidade
considerável.
Entretanto, com o tempo, as
restrições passaram a não serem mais tão rigorosas e ocorreram mudanças no conceito
de quais alimentos são prejudiciais à saúde e a quantidade que esses devem ser
ingeridos.
Como explicado em alguns posts anteriores, alimentos como o ovo, o
chocolate e a manteiga não fazem tão mal quanto se imaginava. Pelo contrário,
quando ingeridos de forma moderada, pode ser benéfico
Se comparado aos anos 80, ocorreu
um aumento significativo na quantidade de gordura permitida na dieta. Por
exemplo, antes a quantidade de gordura saturada, encontrada em queijo, leite e
carne, recomendada era equivalente a 7%. Hoje em dia recomenda-se 10%. Já, no
caso da gordura poli-insaturada, encontrada no óleo de soja, óleo de girassol e
óleo de milho, ocorreu o inverso, pois, diminuiu a quantia recomendada,
passando de 11% nos anos 80 para 10% nos dias de hoje. A recomendação de
gordura monoinsaturada, encontrada em amêndoa, castanha-de-caju, abacate e óleo
de oliva nos anos 80 era de 12% e hoje é 15%. Isso resulta numa recomendação total
de 30% nos anos 80 e 35% atualmente, do total de calorias ingeridas diariamente,
sendo que a gordura possui 9 calorias por grama.
Nessas quantidades, as gorduras são essenciais para o bom funcionamento do
organismo, entretanto, em excesso, podem ser um risco e até se relacionarem ao
desenvolvimento de doenças. As gorduras estão relacionadas com a integridade e
manutenção das membranas celulares.
Entretanto, a tão famosa gordura trans,
produzida industrialmente, não traz nenhum benefício à saúde, pelo contrário, é
muito prejudicial, por isso deve ser evitada sempre.
O que difere a gordura é a
quantidade de carbono e hidrogênio que possui, sendo que, quanto mais
hidrogênio tem, mais mal a gordura faz. Quando tem pouco hidrogênio a molécula
não se solidifica, o que torna sua entrada na corrente sanguínea mais difícil.
Existem quatro principais tipos
de gordura saturada: láurica (óleo de coco), mirística (leite e derivados),
palmítica (carne animal), esteárica (cacau).
Aqui falaremos um pouco
mais sobre dois alimentos que geram muitas dúvidas, a carne e o leite.
CARNE VERMELHA
Um
dos maiores mitos sobre alimentação: a carne vermelha. Muitos dizem que é a
carne vermelha que causa muitas doenças que estão matando no mundo, entre essas
doenças, as cardiovasculares, obesidade, diabetes, hipertensão e câncer. Por
esse motivo, vem surgindo cada vez mais indivíduos com dietas restritas, por
exemplo, o vegetarianismo.
O
vegetarianismo tem fama de apresentar muito mais longevidade (incluindo menor
incidência das doenças citadas acima) para seus adeptos do que para as pessoas
que não restringem sua alimentação e por isso vem a pergunta: a carne vermelha
é a vilã da história?
A
resposta é NÃO! A maioria das doenças citadas são comuns para pessoas que
consomem muita gordura em suas dietas. Na composição da carne, há somente 1 a
2% de gordura. Essa gordura é saturada e quando não consumida em excesso é
essencial ao corpo.
A
explicação para a longevidade dos adeptos ao vegetarianismo é o cuidado no
consumo de mais alimentos saudáveis. Uma vez que já exista restrições na dieta,
a tendência da alimentação ser mais saudável já é um grande passo para evitar
as doenças citadas.
O leite sem dúvida alguma
é um alimento importante, de consumo diário que aporta ao organismo proteínas
de alto valor biológico sendo destacado pela quantidade de cálcio que nos
proporciona e outras vitaminas necessárias como vitamina A e D. Além de ser
destacado como um dos vilões quando o assunto é fonte de gordura saturada.
A apresentação do leite no mercado
é variável podemos encontrar: integral, semi-desnatado, desnatado, em pó, leite
condensado, leite enriquecido, mas qual será o melhor para a nossa saúde? Há
quem diga que o leite desnatado contenha menos cálcio ou qualquer outro
nutriente... As diferenças serão esclarecidas a seguir, entre os leites
integral, semi-desnatado e desnatado.
Quanto à composição do leite: a
gordura do leite é formada por aproximadamente 98% de triglicerídeos, os 2%
restantes são formados por diglicerídeos, monoglicerídeos e ácidos graxos
livres. O leite de vaca contém em média 35 g de gordura/litro.
Os ácidos graxos predominantes no
leite são os saturados, que formam de 60% a 70% dos triglicerídeos. Já os
insaturados correspondem de 25% a 30%. Dois ácidos graxos de cadeia curta, o
butírico e o capróico, são os responsáveis pelo aroma característico do leite.
A quantidade da gordura total do
leite integral é, em média, 3,8% e 14 mg/100 ml de colesterol. O desnatado
contém 1,7 mg de colesterol por 100 ml.
Lactose
A
lactose é o carboidrato do leite, sendo responsável pelo seu sabor adocicado e
corresponde em média a 50% dos sólidos desengordurados do leite.
A lactose é o substrato para fermentações, sendo
aproveitada na indústria de laticínios para obtenção de diversos produtos
derivados do leite como iogurte, leite acidófilo, queijos, requeijões,ácido lático,
dentre outros.
Vitaminas
O
leite é uma fonte importante de vitaminas A, D, E e K. Também são encontradas
no leite as vitaminas hidrossolúveis como, B1, B2, B6, B12, ácido pantotênico e
niacina.
Sais Minerais
O
leite possui os minerais considerados essenciais à dieta do ser humano,
existindo em maiores concentrações os fosfatos, citratos, carbonato de sódio,
cálcio, potássio e magnésio. A ação fisiológica dos diferentes sais do leite é
importante, principalmente do fosfato de cálcio, na formação de ossos e dentes.
Água
É
o componente que existe no leite em maior quantidade, onde se encontram
dissolvidos, suspensos ou emulsionados os demais componentes.
Proteínas
As
proteínas são os componentes mais importantes do leite e são classificadas em: caseínas
e proteínas do soro. São elas que conferem ao leite a cor esbranquiçada opaca.
As proteínas do leite consistem de 80% de caseína, que por sua vez é composta
de vários componentes que juntos formam partículas complexas denominadas
micelas As proteínas do leite são as principais formadoras de massa branca
quando o leite coagula. A importância industrial da caseína está na: fabricação
de queijos e leite em pó associado a outros componentes do leite.
O
leite integral não é recomendado para pessoas que estão submetidas a dietas
para emagrecer. É considerado uma opção interessante para crianças,
adolescentes que estão em fase de crescimento e não possuem nenhum problema com
sobrepeso e/ou obesidade. Ou, ainda, àquelas pessoas, de qualquer idade que não
se beneficiam do tecido adiposo.
O
leite semi-desnatado ou leite em pó desnatado possui uma quantidade menor de
gorduras saturadas, colesterol e um valor calórico menor que o leite gordo
(integral).
Para que o leite se torne semi-desnatado ou
desnatado toda a gordura é removida por centrifugação, o que significa que o
leite é colocado em uma máquina que o gira e a gravidade separa a gordura do
líquido. Após esse processo, falando, grosso modo, a gordura é adicionada de
volta ao leite aos níveis que o classifica como semi-desnatado (1,7%) e
desnatado (0,2%). Esse processo reduz as calorias do leite à metade, se
comparado o leite normal com o leite desnatado. Há diferença de miligramas na
quantidade de cálcio entre o leite integral (normal), semi-desnatado e
desnatado (magro). O leite desnatado possui quantidades similares de proteínas,
cálcio, potássio, fósforo e outros nutrientes que também são encontrados no
leite normal (integral). Então, esqueça aquela história que o leite desnatado é
ruim por ter menos cálcio.
Portanto, quando
consumidos em quantidades moderadas, até mesmo os alimentos gordurosos como a
carne, o leite, o chocolate, o ovo, a manteiga podem não fazer mal.
Postado por: Grupo de Abobrinhas da Mídia
Referências bibliográficas: